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Arquitetos: Luisa Bebiano Arquitectura
- Área: 932 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:do mal o menos
Descrição enviada pela equipe de projeto. O edifício da Rua Conde de Redondo foi desenhado em 1902 como prédio habitacional. Com cinco pisos e sótão, apresenta uma volumetria de cércea média, e tem uma segunda frente para a Rua Sociedade Farmacêutica. Integrado num tecido urbano lisboeta que teve franca expansão até meados do século passado, insere-se numa área com o desenho urbano citadino com as típicas características arquitetónicas dos finais do século XIX.
A fachada da Rua Conde Redondo, com muitas janelas, foi desenhada com grandes vãos de duas folhas em madeira e varandas com guardas em ferro fundido. É adornada por guarnições em pedra, frisos e pilastras que mostram um edifício nobre, bem proporcionado e integrado na sua envolvente.
Estilisticamente diferente, a fachada voltada para a Rua da Sociedade Farmacêutica, apresenta um lado de aberturas contidas e outro de varandas sobrepostas, integradas numa estrutura de ferro, suportadas por abobadilhas cerâmicas. O prédio sofreu alterações, nomeadamente nessas varandas que foram fechadas com envidraçados em estrutura de ferro e, num segundo momento, com recurso a uma caixilharia muito distante do original - prejudicando a leitura e a coerência estilística do edifício.
Nesta proposta foi considerado imperativa a revalorização da nobreza do edifício, recuperando o desenho original das fachadas e mantendo, no interior, os tetos altos e trabalhados em estuque, as portas de madeira, os rodapés e os lambris. Deu-se ênfase ao pé direito do interior do imóvel, onde a atmosfera interior permanece numa lógica de sucessão de espaço em espaço, com a eliminação da ideia de corredor, mas antes reforçando a ideia construtiva inicial e dotando-a de significativas melhorias na qualidade espacial do lugar.
Foram ainda mantidas as grandes paredes de pedra exteriores e as de tabique no interior, bem como a telha cerâmica na cobertura. A introdução de uma linguagem contemporânea é determinada por um acrescento em chapa de zinco na cobertura, que opera uma transposição harmoniosa entre a recuperação de um imóvel com mais de 100 anos de história e o objetivo da sua (renovada) e atual condição de habitação.